domingo, 7 de junho de 2009

MÉTODO CLÍNICO

Na segunda aplicação do método clínico piagetiano, realizado em trios, para a interdisciplina de Psicologia, fui eu quem aplicou o método com uma aluna da escola, do 1ºano. A prova- (conservação do número – com doze pecinhas de uma cor e doze de outra, item I: linhas-espaçamento), foi realizada em sala de aula, com uma criança que fica esperando o transporte escolar, no horário do meio dia. É interessante aplicar esta testagem, que a princípio considerava muito simples, mas que para a criança, não é. Percebi na prática, que realmente as crianças atingem os estágios de desenlvovimento em períodos que variam muito de uma criança para outra, em especial levando-se em consideração o ambiente em que vivem, os estímulos que recebem. Esta menina me impressionou, pois ainda não realiza a contagem como se esperava, não possui a conservação de número, o que foi constatado com a aplicação da prova. Conforme relatei na análise do trabalho: "Percebe-se claramente, que a aluna encontra-se no estágio pré-operatório, pois revela ausência de equilíbrio entre os processos de assimilação e acomodação, há muitas assimilações deformantes da realidade ao eu, sendo que ainda não apropriou-se da contagem e da relação número e quantidade, mostrando que ainda não conserva o número como representante da quantidade; seu pensamento é egocêntrico, não é capaz de lidar com idéias diferentes das suas, não muda de opinião."
Então, podemos aprender muito sobre uma criança por aplicar testes clínicos específicos. Piaget dedicou boa parte de sua vida no desenvolvimento de testes clínicos para conhecer os estágios de desenvolvimento cognitivo das crianças.


ÍNDIO NO BRASIL

Ao realizar a leitura do texto sobre os índios no Brasil, escrito por um índio Baniwa, fiquei surpresa em aprender que o termo índio surgiu de um erro náutico, lá nos tempos das grandes navegações, cometido pelo navegador Cristóvão Colombo, que encontrou o território que hoje é as américas e genericamente apelidou os habitantes que ali estavam de "índio" ou "povo indígena" e que esta denominação passou a ser aceita, primeiramente de forma pejorativa e, mais tarde, por volta da dácada de 1970, com o movimento indígena organizado é que os povos indígenas resolveram manter, aceitar e promover a denominação genérica de índio ou indígena, como uma identidade que une, articula, visibiliza e fortalece todos os povos originários do atual território brasileiro e, principalmente, para demarcar a fronteira étnica e identitária entre eles, enquanto habitantes nativos e originários dessas terras, e aqueles com procedência de outros continentes, como os europeus, os africanos e os asiáticos. A partir disso, o sentido pejorativo de índio foi sendo mudado para outro positivo de identidade multiétnica de todos os povos nativos do continente. De pejorativo passou a uma marca identitária capaz de unir povos historicamente distintos e rivais na luta por direitos e interesses comuns. É neste sentido que hoje todos os índios se tratam como parentes.
A partir destas aprendizagens, percebo ainda mais claramente a importância de desenvolver com meus alunos o respeito pela diversidade étnica que há em nosso país, começando por valorizar a cada um, com suas características próprias, e assim reconheçam que cada indivíduo possui sua cultura herdada e que esta deve ser honrada por cada ser.