quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

FALANDO EM AVALIAÇÃO

Já fiz uma postagem sobre este tema tão importante, mas este é um assunto que será o tema de muitos livros ainda. Quem sabe eu mesma não escrevo o meu! Sou educadora há 16 anos e avaliar com o fim de promover ou classificar no final do ano é sempre uma tarefa muito difícil. Mas acredito que o professor deve levar em consideração a história de vida do aluno sim, antes de determinar se ele aprova ou reprova. Tenho muitos colegas que só pensam na função diagnóstica da avaliação do aluno, se ele sabe ou não tais conteúdos ou se apropriou ou não de certas habilidades, no entanto não pensam que tais habilidades ou conteúdos primeiramente não são os fins da educação, o aluno poderá vir a se apropriar deles nos anos a frente, pensando que um conhecimento cria conexões com outro. Por exemplo, um conteúdo pode não ter sido aprendido no ano, mas com outras propostas, outros interesses ele poderá ser aprendido no outro. Nossa capacidade mental não é estanque, nosso cérebro cria situações de superação até para problemas físicos, quanto mais para cognitivos! O que mais me entristece é que o professor que não pensa nisso, ao reprovar está rotulando o aluno de incapaz. Vamos pensar um pouquinho mais: a maioria dos alunos que reprovam vem de uma situação familiar difícil afetiva e economicamente, a criança não tem incentivo, não lê, não faz uso de brinquedos que estimulam o raciocínio, na maioria das vezes não compreende o porque de ser reprovado e aí aceita o rótulo de "não consigo", "sou fraco", "estudar pra quê, se eu não sei mesmo", enfim. Nossa escola, a cada ano tem criado, em média, uma turma 30 alunos de reprovados, rotulados, que estão empacando nos anos seguintes, uma vez que perdem o interesse e a credibilidade na educação.

Pensando em estágio

Estou bastante ansiosa para o estágio com a proposta de projetos de aprendizagens. Estamos elaborando as arquiteturas pedagógicas que servirão de base para nosso estágio. É interessante pensar em propostas de projetos para crianças que ainda não sabemos como reagirão a esta proposta de aprendizagem. Fico me perguntando:
será que gostarão de trabalhar desta forma?
gostarão de ouvir as aprendizagens dos colegas?
vou conseguir fazer as intervenções necessárias e no momento certo?
como a escola e os colegas vão encarar este trabalho?
São muitas as perguntas para as quais ainda não tenho as respostas e acredito que estas só virão no decorrer do estágio ou no final dele, quando realizar as reflexões. No momento só tenho uma certeza, sendo esta a aprendizagem que quero deixar registrada aqui, de que
a educação precisa mudar para atender as demandas de novas perspectivas e interesses dos alunos.
É um desafio? Claro! Como qualquer mudança, em especial envolvendo sujeitos pensantes, com uma história de vida e curiosidades mil. Como argumentos a favor desta proposta que já defendi anteriormente é que ela proporciona habilidades básicas aos educandos de autonomia, autoria, convivência e cooperação, crítica e análise.
No decorrer do estágio respondo as minhas perguntas angustiantes!

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

AVALIAÇÃO-UM DESAFIO

O último enfoque de Didática, Planejamento e Avaliação tinha por título "O que é avaliar?", um tema sempre presente quando se trata de formação pedagógica, porque o professor precisa ter claramente definido os parâmetros e critérios que servem de base para avaliar cada um de seus alunos, seres individuais, como citado no fragmento do texto de Lucinete Ferreira, "O contexto da prática avaliativa no cotidiano escolar": um ser humano histórico. Portanto, a avaliação não deve ter um caráter meramente classificatório, como se os sujeitos avaliados fossem simples objetos. Também não podemos mais aceitar a avaliação reducionista, conforme registrei no texto elaborado para a primeira atividade deste enfoque, aquela que

"ocorre em períodos bem distintos e determinados do ano, deixando de fazer parte de um processo contínuo;

detem-se no aspecto cognitivo da aprendizagem, privilegiando a memorização em detrimento dos outros aspectos da inteligência;

valoriza a utilização do instrumento prova ou exame, o que empobrece o processo avaliativo;

quando considera apenas o resultado da avaliação prestada nas provas e exames como sendo o resultado do desempenho do aluno, o fim do processo educativo dele."

Para que se efetive como uma prática coerente com o momento histórico de transformação da educação que vivemos, a avaliação deve ter uma concepção democrática. Citando Luckesi, a autora acima mencionada destaca que a escola com esta concepção constitui-se "uma organização que permite ao aluno caminhar dentro de seu estágio e sem retrocessos, construindo seu conhecimento dentro de suas características pessoais e a avaliação tendo a função fundamental de informar e dar consciência ao professor de como os alunos estão caminhando nesse processo, para poder reorientá-lo e tomar as decisões mais cabíveis."

refletindo sobre estas leituras e realizando as atividades fiquei feliz com a forma com que venho avaliando meus alunos, lançando sempre um olhar no todo, cognitivo, afetivo, emocional, psicológico, valorizando cada crescimento apresentado, concluindo cada ano letivo com a consciência tranquila!

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

REFLEXÕES SOBRE O PLANEJAMENTO

A atividade proposta no enfoque 8, "Reflexões sobre o planejamento", propôs questões que nos levassem a analisar o plano de aula que elaboramos para a interdisciplina de Linguagem e Educação. Esta análise nos levou a refletir sobre alguns aportes teóricos de Maria Montessori e Célestin Freinet, relacionando-os com os estudos dos temas geradores teorizados por Freire. A partir destes estudos posso afirmar que mais do que nunca o papel do professor precisa ser revisto e reestruturado, buscando atingir efetivamente os objetivos primordiais da escola contemporânea que é formar sujeitos capazes de ir em busca do conhecimento disponível em toda a parte e, empregar o conhecimento para a melhoria de sua vida e da sociedade. Portanto, planejar seu trabalho o professor deve considerar se o tema escolhido é, entre outros aspectos:
  • importante e relevante para o aluno
  • desperta e satisfaz sua curiosidade
  • parte do diálogo com ele e o motiva
  • contribui para a sua vida
  • é acessível, pertence ao seu cotidiano
  • desencadeia outras possibilidades de projetos de estudo
Ao pensarmos nosso trabalho pedagógico temos que ter um pouco de Montessori, que preocupou-se em elaborar materiais concretos e recursos didáticos que permitissem a construção do conhecimento do aluno. Também um pouco de Freinet, que teorizou a educação interdisciplinar, utilizando recursos da realidade do aluno, como o seu próprio ambiente, saída de campo, registro dos conhecimentos através do jornalzinho da turma e os "cantinhos do saber" na sala, onde o aluno poderá aprender e socializar suas aprendizagens.

PÔSTER EJA


Este é o pôster que eu e meu grupo construímos a partir das leituras e entrevistas realizadas com alunos de EJA, do município de Sapiranga. Este trabalho proporcionou o conhecimento a cerca da realidade destes alunos, suas características, cuja diversidade histórica, cultural, social e cognitiva são tão diversas que fazem com que formem um grupo homogênio, no entanto, que requer um trabalho que permita atender a cada um, com sua individualidade, porém confrontando as diferenças para a promoção da cidadania, visando as relações de solidariedade e respeito ao próximo, valores que podem ajudá-los a transformar o mundo, como almejava Freire ao propor a alfabetização de adultos há décadas atrás.
Durante a apresentação dos pôsters, na aula presencial, foi possível comparar e perceber que, de acordo com a escola, sua localização e clientela, os resultados das pesquisas e entrevistas se equiparavam ou se opunham, por exemplo, nas escolas onde predominavam os jovens, a maioria estuda apenas com o objetivo de concluir o Ensino Fundamental ou Médio, já os adultos buscam a formação perdida na infância ou adolescência. Outra característica semelhante entre estes dois grupos (jovens e adultos), são os motivos que os levam a frequentar a EJA: os jovens, na maioria por repetência e evasão no ensino regular, os adultos por terem que parar de estudar quando crianças para trabalhar e ajudar a família.
As aprendizagens apresentadas tem base teórica refenciadas no pôster.