segunda-feira, 25 de maio de 2009

Adorno - EDUCAÇÃO E BARBÁRIE

Estas questões filosóficas estão me levando a ler e pesquisar muito. Por exemplo, para produzir o texto da interdisciplina de Filosofia, a partir do texto de Adorno, sobre educação e barbárie, fui buscar subsídios na internet sobre a questão da barbárie, o que é, o papel da educação, violência na escola e o que outros estudiosos dizem a respeito. Li bastante. Escrevi meu texto, mas não sei se está bom, estou anciosa para receber o comentário e saber se consegui atingir o objetivo.
Algumas citações do meu texto são:

"O que Adorno pretende com a educação contra a barbárie é que as pessoas e principalmente os adolescentes e crianças criem uma aversão à violência física e a escola tem um papel importante neste processo."

"Aquino (1996) discute que a escola passa a receber sujeitos não homogêneos, provindos de diferentes classes sociais, com diferentes histórias de vida e com uma “bagagem” que, muitas vezes é negada pela escola. A experiência docente não pode negar esta afirmação. As escolas ainda não sabem lidar com a indisciplina. Os educadores atuais são frutos de uma educação tradicionalista, onde a regra era imposta sem discussão, a obediência era conquistada com a punição. Atualmente, os alunos não aceitam as regras sem contestação, sabem que a punição não tem mais efeito disciplinador, eles têm consciência de seus direitos humanos. Porém, não estão cientes de seus deveres e limites frente aos demais elementos da sociedade que os cerca, como os colegas e professores, aí que surge o problema da indisciplina, muitas vezes violenta, até com traços de barbárie entre estudantes e professores nas escolas."

"Adorno estaria perplexo se hoje, cerca de 40 anos após seu debate com o professor Becker na rádio de Hessen, transmitido em 14 de abril de 1968, se deparasse com o fracasso da educação em formar cidadãos emancipados. Esse despreparo leva a necessidade de uma mudança de paradigma nas escolas, na formação de educadores cientes de seu papel em evitar um retorno a barbárie como na época do nazismo."

Este assunto leva a muitas concepções, abordei apenas a questão da escola e do educador diante do papel disciplinador, contra a violência e a barbárie. E, nesta abordagem mostrei apenas o fracasso da escola em evitar sentimentos de barbárie, como Adorno desejava.

domingo, 17 de maio de 2009

DEFICIÊNCIA FÍSICA

A unidade 4 da interdisciplina tem muito a nos ensinar quanto a alunos portadores de necessidades especiais, em especial necessidades de atendimento educacional especializado, devido a deficiência física. Eu realizei algumas aprendiazgens nesta área durante a leitura do texto proposto, inicalmente no capítulo um: "CONHECENDO O ALUNO COM DEFICIÊNCIA FÍSICA ". Com este texto aprendi a respeito da plasticiadade neural. Já ouviram falar? Trata-se da capacidade ou habilidade do sistema nervoso de tomar a forma ou alterar a forma e funcionamento a partir da demanda ou exigência do meio. Junto com este conhecimento é importante sabermos, como educadores, que a escola funciona como uma provedora de estímulos. Segundo o texto, "o ambiente escolar promove desafios de aprendizagem...O estudo da plasticidade neural vem nos demonstrar que o ser humano é ilimitado e que, apesar das condições genéticas ou neurológicas, o ambiente tem forte intervenção nesses fatores. Quanto mais o meio promove situações desafiadoras ao indivíduo, mais ele vai responder a esses desafios e desenvolver habilidades perdidas ou que nunca foram desenvolvidas. Uma criança com atraso no desenvolvimento motor, ou com uma paralisia cerebral, quando incluída em ambiente escolar inclusivo, tem inúmeras razões para se sentir provocada a desenvolver habilidades que não desenvolveria em um ambiente segregado."
No entanto, as escolas precisam estar adequadas para proporcionar este ambiente estimulador. Entra aí a ação do AEE - Atendimento Educacional Especializado, que deve oferecer recursos didático-pedagógicos aos educando e aos professores. Que tipo de recursos? Publicarei mais a frente.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

QUESTÕES ÉTNICOS-RACIAIS NA ESCOLA




Como foi solicitado na interdisciplina, elaborei a seguinte proposta de aula para desenvolver com meus alunos, resgatando a identidade cultural deles.
ATIVIDADE ÉTNICO-RACIAL

Assim que realizar contarei como foi, como os alunos reagiram, as impressões e aprendizagens desenvolvidas.
Acima está a capa do livro que usarei na atividade, vale a pena conferirem!
Então, conforme disse, as impressões que surgiram a partir da aplicação da atividade:
Os alunos participaram com muito interesse, expressaram que gostaram da histórias ao observarem atentamente as ilustrações, comentarem o que viam e ouviam e principalmente, relacionarem as suas histórias com a da Lelê, tipo: "eu também não gostava do meu cabelo", "eu ainda não sei de onde eu tenho esse cabelo assim", "a minha mãe disse que eu puxei o meu avô, por isso meu cabelo é assim".
Outra surpresa que tive, foi dos alunos afirmarem ser de origem negra, quando eu não os considerava negros. Assim, através do texto sobre as etnias, verificamos que estes alunos são, na verdade, mulatos (mistura étnica de negro com branco), a grande maioria, e, caboclos (mistura étnica de índio com branco). Assim, minha turma apresenta três etnias: branca, negra, mulata e cabloca.
Um aspecto triste apresentado durante a atividade, é de alunos que sentiram-se a vontade para falarem de situações de preconceito que enfrentam por suas origens negras. Alguns até mesmo expusream a vontade de serem brancos, para que não se referissem a eles como "nego fedido", "nego feio", "nego sujo". Imaginem, são crianças ouvindo este tipo de comentários de adultos preconceituosos! Como fica a auto-estima destes alunos? Espero que nossa aula, a história da Lelê, as conversas que tivemos, possam ser de ajuda a estes alunos para melhorarem sua auto-imagem e auto-estima, pois são crianças lindas, frutos de uma mistura étnica que tem embelezado nosso povo através dos séculos!
A realização da atividade proposta me ajudou a identificar as essências mencionadas no texto de Marilene Leal Pare, que comentarei em outra postagem.

domingo, 10 de maio de 2009

O CLUBE DO IMPERADOR

Neste filme, o professor de História da Antiguidade Clássica, William Hundert, durante as avaliações das provas que definiriam os alunos finalistas da tradicional competição chamada de “Clube do Imperador” da escola, vê-se diante de uma situação difícil. O aluno Sedgewick Bell, que havia chegado a pouco na escola, aparentemente desinteressado, arrogante e prepotente, de repente o surpreende, esforçando-se muito e mostrando capacidade de ser um dos finalistas. Porém, este aluno fica um ponto a menos que o outro aluno, exemplar, filho de um ex-aluno que já havia ganhado o título de imperador. O que ele faria? Seria imparcial, levando em consideração os resultados obtidos realmente por cada aluno? Neste caso, desmotivaria Sedgewick, que estava mostrando interesse em conseguir se sair melhor nos estudos? O que fazer? O aluno havia mostrado uma capacidade que ele não esperava, talvez aprendesse valores e virtudes com o conhecimento que adquiriria com a história dos grandes imperadores e agora que ele estava conseguindo que o aluno se interessasse por conhecimento, eliminaria ele, jogando por água abaixo o que o aluno conquistou até então, incluindo sua confiança, ou manipularia o resultado permitindo que este chegasse até a final e mostrasse todo o seu potencial? Ele decidiu por manipular a prova.
No entanto, partir destas questões que eu levantei ao assistir o filme e realizar a atividade proposta, cheguei a seguinte conclusão, conforme argumentei no texto que postei:
Podemos dizer que foi uma decisão eticamente correta, mas moralmente não. Pois o professor fez algo que não poderia, manipulou uma avaliação. A avaliação é a prova do que o aluno sabe ou não, no momento em que o professor a manipula, ele está falsificando a prova. Entra aqui também a questão da justiça. E o outro aluno, que havia se empenhado tanto para conseguir ser finalista e, realmente tinha condições, ele foi prejudicado por uma decisão parcial do professor. As decisões que tomamos conscientemente e que sabemos, que de alguma forma prejudicarão alguém, não são moralmente corretas. No entanto, como no texto “Defesa de Sócrates”, o professor fez o que no momento acreditava ser uma forma de valorização da pessoa em questão, o aluno Sedgewick. Que de arrogante e prepotente, passou a ser um ávido estudante, mostrou grande capacidade de conhecimento e aprendizagem, isso ele não tinha até então, o que justificava sua rebeldia, estava aí uma oportunidade de o professor desenvolver as virtudes intelectuais deste aluno. Ele, o professor, acreditou nisso e apostou nisso, eis que tomou determinada decisão. Talvez, pensasse ele, o outro aluno é excelente, ele já tem o estímulo através do pai, mesmo não participando da final, continuaria a prezar os estudos e conhecimentos que este lhe proporcionava. O fato de não participar da competição, mesmo que lhe deixando desapontado por um tempo, não lhe tiraria a virtude do conhecimento e do bom aluno.
Assim como Sócrates, o professor estava disposto a arriscar-se por aquilo que acreditava ser o melhor para seus alunos. Não estava preocupado com o julgamento que fariam dele, pois tinha convicção de que poderia fazer a diferença para seus alunos e que sua atuação é para o bem, mesmo que outros a questionassem. A decisão do professor poderia entrar julgamento, como a atuação de educador de Sócrates entrou, tendo de um lado os que a defendessem, e de outro os que a condenariam, dependendo do ponto de vista de quem olhasse. Por isso digo que é eticamente correta, do meu ponto de vista como professora, mas moralmente não, do ponto de vista da regras de avaliação e de justiça imparcial.

PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS

Conforme coloquei no fórum:
Muito importante os apontamentos que Rosângela Gavioli Prieto faz em seu texto “Políticas de melhoria da escola pública para todos: tensões atuais”, pois eu e muitos outros professores não temos conhecimento do que a lei diz a respeito da educação especial, nem do que é atribuído às escolas regulares de ensino com princípio inclusivo. Por exemplo:
No Parecer 17/01 e na Resolução 2/01, especifica que os serviços especializados deve ocorrer nas escolas públicas e privadas da rede regular de ensino, com base nos princípios da escola inclusiva. Essas escolas, portanto, além do acesso à matrícula, devem assegurar as condições para o sucesso escolar de todos os alunos. Extraordinariamente, os serviços de educação especial podem ser oferecidos em classes especiais, escolas especiais, classes hospitalares e em ambiente domiciliar (PARECER 17/01).
Já o Art. 7º esclarece que o atendimento aos alunos com necessidades educacionais especiais deve ser realizado em classes comuns do ensino regular, em qualquer etapa ou modalidade da Educação Básica (RESOLUÇÃO 2/01).
No entanto, esta parte do texto me deixou em dúvida: “Quanto à organização dos referidos serviços, a Resolução 2/01, prevê como apoio pedagógico especializado disponíveis às classes comuns: o professor especializado em educação especial; professores-intérpretes das linguagens e códigos aplicáveis; atuação de professores e outros profissionais itinerantes intra e interinstitucionalmente; outros apoios necessários à aprendizagem, à locomoção e à comunicação e salas de recursos (art. 8°, IV e V). Ainda, estabelece condições para a coexistência de serviços especializados, tais como as classes especiais e as escolas especiais, desde que as respeitado seu caráter transitório ou extraordinário, respectivamente. As classes hospitalares e o atendimento em ambiente domiciliar são reservados para os casos em que os alunos estejam impedidos de freqüentar as aulas por motivos de saúde, e devem ser organizados por meio de ação integrada com os sistemas de saúde (art. 9°, 10 e 13). “
Por que a dúvida? Isso está definido na lei, mas nem Sapiranga, nem Novo Hamburgo onde moro, e nem em outros municípios da região oferecem este apoio pedagógico aos professores e educandos portadores de necessidades especiais nas classes comuns. Sapiranga oferece serviços especializados em centros como o NAE- Núcleo de Atendimento ao Educando, APAE, APADA, escola pólo para deficientes visuais. Porém atendimento nas escolas regulares, junto aos professores ou com os alunos não existe. Mas se é lei, quando irá vigorar? Tem um prazo para os municípios se adequarem a lei? Ou cada um faz como pode ou acha melhor? Precisaria de mais esclarecimentos tanto da lei como do cumprimento dela por parte das autoridades competentes.